Um homem foi condenado a 175 anos de prisão pela morte dos quatro filhos, em Alvorada, no ano de 2022. O Tribunal do Júri reconheceu sua culpa por três homicídios triplamente qualificados e um homicídio com quatro qualificadoras. 3hkr
O réu está preso de forma provisória e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
As vítimas, com idades entre 3 e 11 anos, foram assassinadas a facadas e, no caso da filha mais nova, por asfixia, na casa da avó paterna, no bairro Piratini, no dia 13 de dezembro de 2022.
O julgamento foi concluído na noite desta quarta-feira, 14 de maio.
O crime 4lp9
Segundo os relatos apresentados em plenário, os pais estavam separados, e as crianças haviam ado o fim de semana com o pai, que morava na residência da própria mãe. A motivação do crime, conforme a acusação, teria sido o inconformismo do réu com o término do relacionamento de 11 anos com a mãe dos filhos.
Na segunda-feira, 12 de dezembro, a mãe aguardava o retorno das crianças para casa, em Porto Alegre, o que não ocorreu. Em depoimento, ela relatou que isso desencadeou discussões com o ex-companheiro, que acreditava que ela já mantinha novos relacionamentos.
Um encontro para a devolução das crianças foi marcado para o dia seguinte, mas também não aconteceu. A mãe então entrou em contato com a avó paterna, que pediu que ela fosse até sua casa. Lá, recebeu a notícia da morte dos quatro filhos.
Três das crianças — uma menina de 11 anos, um menino de 8 e outra menina de 6 — foram encontradas mortas a facadas, deitadas em uma das camas da casa. A perícia confirmou quatro golpes em cada uma das vítimas. A filha mais nova, de 3 anos, foi localizada em outro cômodo, vítima de asfixia.
A polícia iniciou as buscas pelo pai, que foi localizado próximo à Estação Rodoviária de Porto Alegre e preso em flagrante. Desde então, ele permaneceu detido de forma provisória até o julgamento.
As vítimas foram identificadas como Yasmin (11), Donavan (8), Giovanna (6) e Kimberlly (3).
O julgamento 28303
O julgamento teve início às 9h da terça-feira, 13 de maio, no Salão do Júri do Foro de Alvorada, e encerrou-se às 21h da quarta-feira. Durante os dois dias de sessão, foram ouvidas dez testemunhas e uma perita judicial.
O acusado optou por exercer o direito constitucional ao silêncio e não foi interrogado.
Os debates entre acusação e defesa ocorreram no início da tarde de quarta-feira. A acusação foi conduzida pelos promotores de Justiça Plínio Castanho Dutra, Leonardo Rossi e Daniela Fistarol, com apoio da assistente de acusação, advogada Gabriela Souza.
O Ministério Público pediu a condenação do réu nos termos da denúncia, destacando as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e asfixia, esta última no caso da filha caçula.
A defesa técnica, composta pelos advogados Thaís Constantin, Deise Dutra e Marçal Carvalho, sustentou a tese de negativa de autoria, alegando ausência de provas técnicas que ligassem o réu diretamente ao local do crime.